Hoje, Dia Internacional da Mulher, dia ao qual eu por acaso não dou muito valor porque julgo que todos os dias são dias da Mulher…, hoje, dizia eu, apetece-me fazer um balanço…Porquê? Não pelo dia em questão, mas porque ontem li um artigo numa revista que me deixou a pensar. O artigo versava sobre “o dia depois” do término de uma relação.
Chamou-me particularmente a atenção dois pontos. O primeiro, que não se “cura” um desamor com outro amor, e quem se apaixona logo após um rompimento, sem fazer o luto (que não se entenda luto de morte), tem necessidade, dependência de outrem, não gosta de estar sozinha. Esta toca-me a mim… Qual será a fronteira da classificação de “dependente”? Eu, na minha mais humilde e modesta opinião, penso que todas as pessoas (claro que não há regra sem excepção) precisam de alguém para partilhar a vida e constituir família. E eu particularmente vejo isso como um dos meus principais (quiçá, O principal) projectos de vida.
Será que isso fará de mim “dependente de outrem”? Será que por pensar nisso, por sonhar com isso, apesar das tentativas falhadas, fará de mim uma pessoa com uma disfunção? Até que ponto o lutar por um ideal, por um objectivo, se torna algo “fora dos padrões ditos normais”, algo “doentio”? Será que pelo facto de querer constituir família, ter um marido e filhos, e não ter ainda realizado esse meu projecto, aos 30 anos, deveria ter desistido desse sonho e considerar que estaria bem sozinha? Sim, comecei uma relação pouco tempo depois de terminar a anterior, sim, porque quis continuar a lutar pelo meu projecto de vida, decidi que queria continuar a procurar… Sim, apaixonei-me de repente, é verdade que fiquei surpreendida comigo, não foi propositado! Se estou arrependida? De maneira nenhuma, até porque valeu (e ainda vale) a pena, apesar dos altos e baixos. Porque senti, sinto coisas que julgo nunca ter sentido, só isso me enriquece.
Mas o que me fez pensar foi o facto de, se calhar, alguém que saiba a minha história (como se alguém se interessasse, hehehe) diga que eu tenho uma disfunção, porque não quero, não me agrada a ideia de ficar sozinha. Será que não está na natureza do Homem encontrar parceiro? Parece que na sociedade há uma clara pressão para casar, quem é o/a solteiro/a que nunca ouviu das mais variadas pessoas “então quando é que casas?”. No entanto os que estão solteiros e têm o desejo de constituir família, para os psicólogos, parece que são os desgraçados que têm é que aprender a serem felizes sozinhos, que se tiver que acontecer acontece… Será, será que se tiver que acontecer nos cai um par no colo? Sem fazermos nada? Será que não temos que ir à luta? Será que há um período “normalizado” para começar a lutar, procurar?
Aqui entramos no segundo ponto, que, para uns psicólogos dos Estates, em média, um luto do fim de uma relação dura entre 3 a 6 meses, e, atenção, muito mais que isso é já um problema, talvez depressão, trauma, ou outra disfunção qualquer. E esta toca-te a ti… Esta média é obtida por uma amostragem duma população ou é a teoria baseada em qualquer dissertação dos psicólogos? E como é que se mede o fim desse luto, que indícios demonstram que o luto terminou? Quando fica o medo de ser magoado de novo, de se dar por inteiro, a falta de confiança, de auto-estima, isso é o quê? É luto mal resolvido? É trauma?... Ficam as dúvidas… Ainda não consegui discenir… Também não sou psicóloga, né?...
Enfim, já chega de baboseiras…
Pronto, e se antes os meus post's eram monótonos porque andava sempre angustiada, agora são monótonos porque ando serenamente à espera... Bem, serenamente serenamente não propriamente.
Claro que ainda ando um pouco insegura, não é de um dia para o outro que tudo muda, e tu não é de um dia para o outro que deixas tudo para trás, mas acho que a cada dia vais dando mais um passo... Vamos dando mais um passo... No bom caminho... Mas demasiado devagar...
Estou na expectativa, mas serena...
Ok, mas como já disse, não demores muito... Devagar não significa parado...
Fazes-me outra vez sonhar alto, não me decepciones, não me faças cair lá de cima aos trambolhões... Porque se o fizeres eu desisto de vez, e depois vais-te arrepender, muito, porque vais perceber que o que estava tão perto, à distância de uma palavra, tu deixaste escapar com o teu silêncio...